A pesquisa foi realizada por Cristiane Bondan Rampazzo, como produto final do percurso formativo no Programa de Pós-Graduação. Objetivo foi promover o conhecimento e a reflexão sobre personagem que morou na cidade

Em parceria com o Programa de Pós-Graduação de História da UCS, o Museu Municipal de Veranópolis (MUMVER) concebeu a exposição “Paco: atuação, representação e memória”, na Casa da Cultura Frei Rovílio Costa. A visitação segue aberta até o mês de dezembro, à mostra que conta com objetos, fotografias e documentos representativos da história do hispano-brasileiro Francisco Sanches Filho (1889-1931), que a partir de uma trajetória marcada pela ambiguidade conceitual, foi representado às vezes como herói e às vezes como bandido. A pesquisa histórica e a curadoria foram realizadas pela pesquisadora Cristiane Bondan Rampazzo, como produto final do Mestrado em História na UCS, juntamente com sua orientadora, professora Eliana Gasparini Xerri.

A iniciativa compartilha elementos da vida do personagem, que se entrelaça amplamente à história social, política e econômica da região da Serra Gaúcha. Dessa forma, é possível analisar os fatos, gerando reflexões e discussões que venham a engrandecer os estudos e conhecimentos do localismo, mas com interfaces que também podem ir às instâncias estaduais e nacionais.

Paco Sanches

A historiografia demonstra que Francisco Sanches Filho não foi alguém comum para o período em que viveu e que contava com características que justificam a relevância de sua biografia.

Mesmo passados mais de noventa anos de sua morte, ocasionada em uma emboscada, a história gera interesse na comunidade regional, em escritores, jornalistas, acadêmicos e historiadores, seja por suas atitudes divergentes da maioria dos moradores das colônias, seja pelo modo como conduzia suas redes de relações pessoais e profissionais.

Mais conhecido como Paco, era filho de imigrantes espanhóis residentes na região de colonização italiana do Estado do Rio Grande do Sul. Ao longo da vida, atuou como cabo eleitoral, fazendo com que o Partido Republicano Riograndense (PRR) obtivesse os votos necessários para se manter até o surgimento da Aliança Liberal. Entretanto, após desentendimentos com representantes do poder, ele se tornou perseguido pela elite política e econômica da época.