Resgatado em São Marcos, gato-maracajá, ameaçado de extinção, recebe cuidados no Jardim Zoológico da UCS

Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 17/11/2022 | Editado em 23/08/2024

Exemplar de espécie ameaçada de extinção no Brasil estava debilitado e passou por tratamento intensivo, com perspectiva de reintegração à natureza nas próximas semanas, a partir da recuperação completa. Universidade é referência regional e estadual para acolhimento de indivíduos silvestres a partir de encaminhamentos via Secretaria do Meio Ambiente 

Animal resgatado será reintegrado à natureza.

O Zoo da UCS (JAZO) tem um novo visitante desde a última semana: um filhote de gato-maracajá (Leopardus wiedii), resgatado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura – SEMA/RS. Acolhido pela Universidade de Caxias do Sul, o felino selvagem passou por tratamento intensivo e já está fora de risco. Em reestabelecimento, segue com boa perspectiva de evolução e de reintegração à natureza, com projeção de soltura nas próximas semanas.

O animal, um macho, foi resgatado em uma propriedade rural de São Marcos extremamente desidratado, prostrado e com endo e ectoparasitas. Recebeu os primeiros cuidados em uma clínica veterinária no próprio município e foi encaminhado à UCS para tratamento. Na Universidade, com as equipes do JAZO e do Instituto Hospitalar Veterinário – IHVET, e suas respectivas infraestruturas e equipamentos, passou por avaliações e exames de sangue, sorológicos e bioquímicos, negativando para FIV e Felv e com resultado positivo para giardia. Os testes também forneceram indicativos de que não se alimentava há bastante tempo, conforme explicou o médico veterinário responsável técnico pelo Zoológico da UCS, Gabriel Guerreiro Fiamenghi.

O Zoo já abriga, desde 2013, um exemplar de Leopardus wiedii. Resgatado pela Polícia Rodoviária Federal, às margens de rodovia próxima à cidade de Nova Petrópolis, o animal apresentava risco de atropelamento. Ainda filhote, e tendo se habituado ao convívio com os humanos, não pôde retornar ao habitat natural e tornou-se morador da Instituição.

Leopardus wiedii morador do Zoo da UCS, resgatado em 2013.

Referência

A UCS é referência regional e estadual no acolhimento de animais para tratamento, com destinação feita, protocolarmente, via Secretaria do Meio Ambiente. “O Jardim Zoológico da Universidade é patrimônio ambiental, educacional, cultural e turístico de Caxias do Sul e região. Estamos trabalhando para melhorias em nossa infraestrutura para atender integralmente às demandas, aproximar ainda mais o Zoo da nossa comunidade e ampliar nossas parcerias com poder público e privado para ações de preservação ambiental”, conta o professor Leandro do Monte Ribas, coordenador do Zoológico e diretor do Instituto Hospitalar Veterinário da Universidade.

Inaugurado em 1997, o Zoo da UCS funciona como centro de recuperação e abrigo de animais silvestres apreendidos em cativeiro ilegal ou encontrados debilitados, feridos ou órfãos, que após avaliação e tratamento veterinário especializado podem permanecer no local, ser encaminhados para criadouros legalizados ou reintegrados à natureza. Ali, também desenvolve-se Educação Ambiental, estágios voluntários, curriculares, entre outras atividades.

O ambiente integra o Complexo de Saúde Animal da UCS, que conta com um Instituto Hospitalar Veterinário, inaugurado neste ano como um dos maiores complexos de saúde animal do Rio Grande do Sul, uma unidade móvel, Escola Experimental e interface com o Museu de Ciências Naturais, além dos lagos da Instituição e sua biodiversidade. Os espaços unem qualificação em Medicina Veterinária, prestação de serviços, pesquisa e inovação.

Gato-maracajá

A espécie é encontrada em quase todo o Brasil, sobretudo na Amazônia e na Mata Atlântica, entretanto, com pequena população. Na lista dos animais em extinção no Brasil, é colocada em risco a partir de caça e derrubada ou fragmentação de seu habitat natural – seu ambiente preferido são as matas densas. Na natureza, alimenta-se de ratos e aves de pequeno e médio porte, frutas e sementes.

Imagens: Gabriel Guerreiro Fiamenghi/DivulgaçãoUCS